O VERME

Existe um verme em meu coração,
Roendo minha vida; na broca bruta
De sua fome insaciável, perco a luta,
E ofereço-lhe os olhos - Campeão!

Vencedor de todo homem! Embrião
Que cresce insone, surge abrupta
Como larva, logo nasce, absoluta,
E nunca, nunca morre - Solidão!

Dilacera minhas tripas, morde o fígado,
Faz seu ninho bacanal em meu pulmão,
E orquestras infernais em meu ouvido.

Sorve as artérias, deixa seco o coração;
E quando a noite, saciado, sai do ninho,
O canibal vem defecar em minha mão...

Itamar FS
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