Liberdade

Podes escrever os mais belos versos esta noite, mas os meus certamente serão os mais tristes.

Na riqueza da alma, nasceu um oceano de amarguras.

E autoproclamo a angústia a fiel e mais imperfeita das piedades.

De palavras fervorosas fiz um mundo e no mundo vi um espelho, no espelho o meu submundo.

No clamor havia a súplica, tal qual era o desejo.

Do meu corpo belicoso, vive o mar de fronteiras e caminhos. Dissolutos!

Em olhares sombrios construí uma muralha, onde cinzas do sangue derramado sobrepujam a razão perdida.

E no singular mais que plural me fiz exígua de mim.

Libertei-me!
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