Fim do mundo

Navegaste em minhas ilusões e acorrentaste as lamentações.

No suplício da tua angústia, desbravaste o meu mar.

Deixaste pedaços de ti em minhas ilhas. Uma a uma.

Ancoraste a tua voluptuosidade nas ondas do meu corpo perverso.

O desejo impuro foi fisgado pelo o meu chamariz.

No lampejo dos sonhos afogo-me em teus furacões. Devassa, nefasta, impura, mundana na tua fruição.

As terras se dispersaram, o dia anoiteceu, a lua enclausurou o sol no meu paraíso. As nuvens carregadas do profano.

Relâmpagos e trovões do meu íntimo. Jorram-se águas dos mares infindos da nossa lascívia.

Universos  destruídos, nosso leito, meu mar no teu mar, fim do mundo!
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