Nesta vida esquisita
Que eu levo desde sempre,
Há uma sina maldita,
Parece praga de má gente.
Nunca saio do lugar,
Quando saio levo um tombo,
Depois de me levantar,
Cresce um calombo.
Depois volto para casa,
A fechadura não funciona,
A chave quebra lá dentro,
Ainda sofro com insônia.
No trabalho eu sou certinho,
Faço tudo dentro do prazo,
Mas continuo no meu cantinho,
Meu salário é um fracasso.
A mulher me mandou embora,
Ainda me pediu pensão,
O dinheiro que tenho agora
É apenas uma fração.
O ônibus sempre atrasa,
Quando chega, vem lotado,
Tem dia que estraga,
Daí fico lascado.
O patrão já deu a nota,
Se não chegar na hora,
Então roda,
O que será de mim agora?
Clonaram meu cartão,
Roubaram meu dinheiro,
Fui no banco fazer reclamação,
Me chamaram de encrenqueiro.
E no bar estava na minha,
Tomando uma cerveja,
Apareceu uma gatinha,
E sentou na minha mesa.
O papo rolou solto,
Ela não me deu nenhum beijo,
Comeu meu tira-gosto,
Atiçou o meu desejo.
Depois foi ao banheiro,
E nunca mais voltou,
Fiquei meio cabreiro,
Meu celular ela roubou.
Eu que já estava ferrado,
Mais ferrado fiquei,
Comprei um celular usado,
Que depois eu quebrei.
Desisti de tudo,
Larguei a vida de lado,
Foi rodar o mundo,
E voltei mais quebrado.