Kenneth Patchen

Kenneth Patchen

1911-12-13 Niles
1972-01-08 Palo Alto
370
0
0

O poeta estadunidense Kenneth Patchen nasceu na pequena cidade de Niles, no estado de Ohio, em 1911. Contemporâneo de poetas que se tornariam muito importantes no pós-guerra, como Charles Olson (nascido em 1910), John Cage (n. 1912), Charles Henri Ford (n. 1913) ou Robert Duncan (n. 1919), Kenneth Patchen inicia suas atividades poéticas em um dos períodos mais tumultuados da história dos Estados Unidos, em plena Depressão pós-1929, unindo-se a poetas como os que se ligaram à comunidade dosObjectivists (Louis Zukofsky, George Oppen, Lorine Niedecker, Carl Rakosi, Charles Reznikoff) e poetas "independentes" como Kenneth Rexroth, Muriel Rukeyser, Langston Hughes (ligado à Harlem Renaissance), Robinson Jeffers e Kenneth Fearing.
 
 
 Esta "geração" de poetas, que se tornaria ativa no período entre-guerras, foi a mais politizada que o modernismo americano gerou. Trata-se de uma geração de poetas ativistas. Entre o liberalismo democrático-esquerdista de Cummings ou Williams e as tendências de Lewis ou Pound à direita (sem mencionar a posição conservadora de Eliot), estes poetas da década de 20 e 30 assumiram altos riscos da ação política, na vida e na escrita, muitos ligados ao Partido Comunista americano. Ninguém está sugerindo que sua poesia seja lida por causa de seu engajamento político. Mas é também um equívoco que elesnão sejam lidos pelo mesmo motivo. Pois o cânone, que muitos crêem ser "incondicionado e neutro", exilou por décadas muitos destes poetas por motivos políticos. Basta ler seus poemas para saber que eles teriam muito a nos ensinar se suas obras tivessem a visibilidade que a seleção oficial do cânone provê a seus eleitos.
 
 Mas estes poetas realmente levavam a sério suas est-É-ticas. George Oppen e Kenneth Fearing abandonaram a escrita pelo ativismo político, foram investigados pelo FBI e pelo comitê do senador Joseph McCarthy, voltando a publicar no fim da década de 50. Oppen se exilaria no México, antes de retornar aos Estados Unidos e publicar livros importantes comoThe Materials (1962) eOf Being Numerous (1968). Sem abandonar a poesia, Muriel Rukeyser seguiu com seu trabalho de resistência, sendo também perseguida e investigada. Louis Zukofsky incorporou escritos políticos (até mesmo fragmentos d´O Capital, de Marx) em seu épicoA, e o anarquismo de Kenneth Rexroth seria fundamental para a educação política de poetas mais jovens, como osBeats.
 
 O período entre as duas Grandes Guerras foi marcado pela reação às vanguardas da primeira década no âmbito anglófono. Quando pensamos hoje na fama de poetas como Ezra Pound, Gertrude Stein e William Carlos Williams, é fácil esquecer que estes poetas estavam completamente soterrados e quase esquecidos até meados da década de 50 e 60, quando poetas mais jovens, como Allen Ginsberg, Jack Spicer, Frank O´Hara e John Ashbery começaram a recuperar seus trabalhos, em reação à crítica unívoca e à poesia que eram pregadas pelosNew Critics, baseadas na poética tardia de T.S. Eliot e W.H. Auden, que imperaram nas décadas de 40 e 50, formando a parte mais visível e oficial do cânone. Algo muito parecido ocorreu no Brasil, com o Grupo de 45 reagindo contra os primeiros modernistas brasileiros, acusando-os de "falta de seriedade e profundidade", tomando muitos dos parâmetros dosNew Critics para sua poética. Qualquer semelhança com o momento atual não é mera coincidência. Humor, a quebra das dicotomias entre as tais de cultura erudita e cultura popular, linguagem coloquial e experimentação sintática, uma alta consciência histórica sobre a posição social do poeta, assim como o envolvimento político explícito eram (e ainda são) vistos como uma espécie de traição da causa "propriamente poética". Mas, para poetas como Patchen, Oppen ou Rukeyser, assim como mais tarde para os poetas ligados à revistaL=A=N=G=U=A=G=E, toda escrita tem implicações políticas, mesmo naqueles autores que se sonham "neutros e universais", mascarando, de certa forma, sua posição política, assim como dissimulam sua visão subjetiva em uma linguagem que se sonha realmente objetiva.
 
 Talvez algo próximo daquilo que escreveu Wittgenstein, de que ética e estética são uma só?
 
 Em poetas como Ezra Pound e Louis Zukofsky, para citar posicionamentos distintos, isto se refletia de forma direta na escrita. George Oppen o faz de forma mais implícita, em poemas como os do livroOf Being Numerous. Kenneth Patchen tem límpidos poemas de amor, sem "sombra" de ativismo político (a resistência pela negação, como queria Theodor Adorno no ensaio "Lírica e sociedade"?) e textos em que ele se entrega à resistência declarada ao sistema e à guerra. Devemos contornar a política de um poeta para poder ler seus textos? A política de direita de Ezra Pound? A marxista de Louis Zukofsky? A política impede nossa apreciação dos poemas deA Rosa do Povo (1945), de Carlos Drummond de Andrade? É mais implícita e discreta emA Educação pela Pedra (1966), de João Cabral de Melo Neto? Devemos separar os poemas "condicionados" dos "incondicionados" na obra de poetas como Kenneth Patchen? Há poemas incondicionados?
 
 Se os primeiros modernistas encontraram seus "defensores" entre os mais jovens (ainda que muitos sigam negligenciados), os poetas da década de 30 não tiveram a mesma sorte. Sob a "acusação" de serem "meros poetas políticos", perseguidos peloestablishment literário paranóico e histérico da Guerra Fria, bons autores como Kenneth Patchen, Muriel Rukeyser, Louis Zukofsky e George Oppen seguem à margem da historiografia literária e poética americana e mundial. Apenas nos últimos anos o excelente trabalho de George Oppen, por exemplo, parece começar a dar sinais de estabelecer-se como incontornável.
 
 
Kenneth Patchen : Journal of Albion Moonlight (1941)
Kenneth Patchen -- In Order To
Poem: “At the New Year,” Kenneth Patchen
Tribute To Kenneth Patchen
Kenneth Patchen - Do The Dead Know What Time It Is?
Kenneth Patchen Reads With Jazz In Canada.
The Tale of Rosie Bottom--Kenneth Patchen
John Cage & Kenneth Patchen - The City Wears A Slouch Hat (1942)
David Bedford: 2 Poems for Chorus on Words by Kenneth Patchen
KENNETH PATCHEN
Glory, Glory--Kenneth Patchen
The Snow Is Deep on the Ground by Kenneth Patchen
Kenneth Patchen - The Murder of Two Men... - 1958 Beat Generation Poetry
i got the fat poet into a corner by kenneth patchen
The Lute in the Attic--Kenneth Patchen
Gaunt Eve In The Morning-Kenneth Patchen
Kenneth Patchen - Murder Of Two Men By A Young Kid Wearing Lemon Colored Gloves
Kenneth Patchen : June 5, 1940
Kenneth Patchen - Do I Not Deal With Angels
A Poem for the Eve of the Nativity. Written by Kenneth Patchen
At the New Year by Kenneth Patchen
maher shalal hash baz - street corner college (Kenneth Patchen)
As I Opened the Window
Introduction to Kenneth Patchen
The Snow Is Deep on the Ground BY KENNETH PATCHEN -Winter Poems
Kenneth Patchen & Picture Poems
We go out together into the staring town - Kenneth Patchen
LAPB2021: LA Fogle - For Kenneth Patchen
Be Music, Night by Kenneth Patchen Cooked Text
Poetry + Jazz | Kenneth Patchen | with Steve Snelling |#365Challenge Day 172
Creation, by Kenneth Patchen
EF Be Music Night POL 2015
Jonathan Clark on Extending the Medium of Words: The Graphic Art of Kenneth Patchen
1 Part Mail Haul / 1 Part Review - Kenneth Patchen - Humor and Protest
Kenneth Patchen Love Poems.wmv
Kenneth Patchen Two Poems.wmv
23rd Street Runs into Heaven
Be Music, Night (poem by Kenneth Patchen)
The Snow is Deep on the Ground, Kenneth Patchen
Love and War Poems by Kenneth Patchen
Kenneth Patchen & Picture Poems
Kenneth Patchen reads from The Journal of Albion Moonlight
Kenneth Patchen Song,
The Murder of Two Men By a Young Kid Wearing Lemon Colored Gloves
Be Music, Night Kenneth Patchen
The Orange Bears
The Lions of Fire Shall Have Their Hunting
Lonesome Boy Blues
Religion Is That I Love You, by Kenneth Patchen
Poetry by Kenneth Patchen

Quem Gosta

Seguidores