José Anastácio da Cunha
José Anastácio da Cunha foi um militar, cientista, matemático, poeta, tradutor e professor de matemática e geometria. Nomeado Tenente do Regimento de Artilharia do Porto e aquartelado na Praça de Valença do Minho. As suas obras científicas e poéticas ficaram caracterizadas pela presença de ideais como a tolerância, o deísmo e o racionalismo, devido ao contacto com oficiais protestantes ingleses.
1744-01-01 Lisboa
1787 Lisboa
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Alguns Poemas
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Poeta e matemático português, natural de Lisboa, esteve como oficial de artilharia em Valença do Minho, onde conviveu com os inúmeros estrangeiros que se encontravam no exército português. Através deles, entrou em contacto com as ideias e culturas europeias, nomeadamente com o pensamento de Voltaire e a literatura sentimentalista inglesa.
O marquês de Pombal nomeou-o professor de geometria na Universidade de Coimbra (1773-1777). A sua reduzida ortodoxia religiosa e o seu racionalismo levaram a que, após a queda de Pombal (1777), fosse preso pela Inquisição, reconciliando-se num auto-de-fé e sendo indultado nove meses mais tarde pelo intendente Pina Manique. Foi, depois, professor e director do colégio de São Lucas.
Escreveu obras de matemática — Princípios de Matemática (1790), Carta Físico-Matemática sobre a Teoria da Pólvora em Geral (1769) —, um volume de Notícias Literárias de Portugal, em que reflecte sobre o atraso cultural do país, e uma série de poemas.
A sua Obra Poética, publicada em 1839, pela sensibilidade e veemência passional que revela contra os condicionalismos sociais, levou-o a ser visto como poeta pré-romântico, precursor de figuras como Bocage ou Garrett.