Cristóvão Falcão
Cristóvão Falcão foi um poeta e diplomata português. Por vezes o seu nome é referido como tendo sido Cristóvão Falcão de Sousa ou Cristóvão de Sousa Falcão. O nome próprio aparece por vezes com a grafia arcaica de Christóvão.
1512-01-01 Portalegre
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Poeta português, natural de Portalegre, supondo-se de ascendência aristocrática e educado na corte portuguesa. Cedo se encontrou envolvido numa complicada situação que o levaria à prisão, por se ter apaixonado por uma jovem com a qual lhe era impossível casar, dado não ter fortuna pessoal. Posteriormente libertado, após o casamento da jovem, entretanto encerrada num convento, foi enviado a Roma por D. João III, numa missão diplomática.
Cristóvão Falcão é considerado o autor mais provável da écloga Trovas de Um Pastor por Nome Crisfal, mas essa autoria permanece ainda hoje como um dos mistérios da história da literatura portuguesa. A écloga, que narra os amores e as desventuras do pastor Crisfal e da pastora Maria, aparece publicada pela primeira vez na edição de 1554 da Menina e Moça de Bernardim Ribeiro, saída em Ferrara, e acompanhada da seguinte epígrafe: «Écloga de Cristóvão Falcão chamada Crisfal». Existem várias teses que tentam explicar a autoria da écloga e a biografia do seu autor. Uma dessas teses defende que a autoria da écloga pertence realmente a um Cristóvão Falcão, até pelo seu título, «Crisfal», criptónimo que esconde a identidade do autor e que não é mais que a junção das sílabas iniciais de Cristóvão e Falcão. Para corroborar esta hipótese levantam-se os argumentos de Gaspar Frutuoso, Diogo do Couto, Faria e Sousa e António dos Reis. No entanto, desconhece-se se estes mesmos autores não seriam também eles o eco de uma tradição já lendária. Há quem defenda, como Delfim Guimarães, que a sua autoria pertence a Bernardim Ribeiro, havendo outros autores que a atribuem a autor desconhecido. Mas a hipótese que parece mais provável é a de ser Cristóvão Falcão o seu autor, até pelas discrepâncias com o estilo de Bernardim Ribeiro. Quanto aos aspectos biográficos, para além dos já mencionados, dos quais, aliás, não há provas seguras, sabe-se ainda que houve um Cristóvão Falcão governador de Arguim. A escrita de Crisfal poderá estar ligada, conforme vem referido numa carta em verso escrita muito provavelmente pelo autor da écloga, à sua paixão por Maria Brandão. Qualquer que seja a sua autoria, as Trovas de um Pastor por Nome Crisfal, misto de narrativa e poema lírico, são ainda hoje das mais belas páginas bucólicas que a literatura portuguesa produziu