Charles Bukowski
poeta, contista e romancista estadunidense
1920-08-16 Andernach
1994-03-09 San Pedro
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27
Não é Muito
suponho que assim como outros
eu tenha atravessado ferro e fogo,
o amor que deu errado,
quedas de cabeça, bêbado no mar,
e escutei o simples rumor da água escorrendo
nos encanamentos
e desejei afogar-me
mas simplesmente não conseguia aguentar os outros
carregando meu corpo três lances de escada abaixo
até os curiosos boquiabertos;
a psique foi queimada
e nos deixou insensíveis,
o mundo tem estado mais escuro que um apagão
dentro de um cubículo cheio de morcegos famintos,
e o uísque e o vinho penetraram em nossas veias
quando o sangue estava fraco demais para continuar;
e isso acontecerá com outros,
e nossos poucos bons momentos serão raros
porque temos um senso crítico
e não somos fáceis de enganar com risadas;
minúsculos insetos rastejam em nossa tela
mas podemos enxergar através dela
uma paisagem devastada
e que eles possam ter sua vez;
só pedimos que leopardos guardem
nossos ralos sonhos.
certa vez estive internado em um
hospital branco
para os moribundos e os egos
moribundos, onde algum deus mijou uma chuva de
razões para fazer com que as coisas crescessem
só para morrer, onde de joelhos
eu rezei por LUZ,
eu rezei por I*u*z,
e rezando
arrastei-me como uma lesma cega para a
teia
na qual fios de vento se enroscaram em minha mente
e morri de piedade
pelo Homem, por mim,
em uma cruz sem pregos,
olhando atemorizado enquanto
o porco arrota em seu chiqueiro, peida,
pisca e come.
eu tenha atravessado ferro e fogo,
o amor que deu errado,
quedas de cabeça, bêbado no mar,
e escutei o simples rumor da água escorrendo
nos encanamentos
e desejei afogar-me
mas simplesmente não conseguia aguentar os outros
carregando meu corpo três lances de escada abaixo
até os curiosos boquiabertos;
a psique foi queimada
e nos deixou insensíveis,
o mundo tem estado mais escuro que um apagão
dentro de um cubículo cheio de morcegos famintos,
e o uísque e o vinho penetraram em nossas veias
quando o sangue estava fraco demais para continuar;
e isso acontecerá com outros,
e nossos poucos bons momentos serão raros
porque temos um senso crítico
e não somos fáceis de enganar com risadas;
minúsculos insetos rastejam em nossa tela
mas podemos enxergar através dela
uma paisagem devastada
e que eles possam ter sua vez;
só pedimos que leopardos guardem
nossos ralos sonhos.
certa vez estive internado em um
hospital branco
para os moribundos e os egos
moribundos, onde algum deus mijou uma chuva de
razões para fazer com que as coisas crescessem
só para morrer, onde de joelhos
eu rezei por LUZ,
eu rezei por I*u*z,
e rezando
arrastei-me como uma lesma cega para a
teia
na qual fios de vento se enroscaram em minha mente
e morri de piedade
pelo Homem, por mim,
em uma cruz sem pregos,
olhando atemorizado enquanto
o porco arrota em seu chiqueiro, peida,
pisca e come.
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