Charles Bukowski
poeta, contista e romancista estadunidense
1920-08-16 Andernach
1994-03-09 San Pedro
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Ah, Eu Era o Terror da Mulherada!
você
se pergunta sobre
quando
você corria por entre as mulheres
como um maníaco
em campo aberto
com sua total
desconsideração por
calcinhas, panos de prato,
fotos
e todos os outros
apetrechos –
como
o emaranhamento das
almas.
o que
você estava
tentando
fazer
estava tentando
ir atrás
do quê?
era como uma
caçada.
quantas você
conseguiu
ensacar?
partir
pra cima?
nomes
sapatos
vestidos
lençóis, banheiros,
quartos, cozinhas,
salas
da frente,
cafés,
animais de estimação,
nomes de animais de estimação,
nomes de crianças;
nomes do meio, sobrenomes,
nomes
inventados.
você provou que era
fácil.
você provou que
podia ser feito
sempre
de novo,
aquelas pernas erguidas
alto
por trás de quase
você todo.
ou
elas ficavam por cima
ou
você ficava
por trás
ou
ambos
de lado
além de
outras
invenções.
canções em rádios.
carros estacionados.
vozes telefônicas.
bebidas sendo
servidas.
as conversas
sem sentido.
agora você sabe
você não passava de um
maldito
cão, ou
de uma lesma enrolada
numa lesma –
conchas pegajosas na luz
do sol, ou nas
noites enevoadas,
ou no escuro
escuro.
você era
o idiota da
natureza,
não provando mas
sendo
provado.
não um homem mas um
plano
se desenrolando,
não empurrando mas
sendo
empurrado.
agora
você sabe.
naquele tempo
você se achava
um belo de um
espertalhão
um belo de um
cafajeste
um belo de um
machão
um belo de um
transgressor
sorrindo acima de seu
vinho
planejando sua próxima
jogada
que
perda de tempo
você era
seu grande
cavaleiro
seu Átila das
primaveras e
tudo mais
você poderia ter
dormido esse tempo
todo
e ninguém nunca teria
sentido sua
falta
nunca teriam
sentido sua
falta
em
absoluto.
se pergunta sobre
quando
você corria por entre as mulheres
como um maníaco
em campo aberto
com sua total
desconsideração por
calcinhas, panos de prato,
fotos
e todos os outros
apetrechos –
como
o emaranhamento das
almas.
o que
você estava
tentando
fazer
estava tentando
ir atrás
do quê?
era como uma
caçada.
quantas você
conseguiu
ensacar?
partir
pra cima?
nomes
sapatos
vestidos
lençóis, banheiros,
quartos, cozinhas,
salas
da frente,
cafés,
animais de estimação,
nomes de animais de estimação,
nomes de crianças;
nomes do meio, sobrenomes,
nomes
inventados.
você provou que era
fácil.
você provou que
podia ser feito
sempre
de novo,
aquelas pernas erguidas
alto
por trás de quase
você todo.
ou
elas ficavam por cima
ou
você ficava
por trás
ou
ambos
de lado
além de
outras
invenções.
canções em rádios.
carros estacionados.
vozes telefônicas.
bebidas sendo
servidas.
as conversas
sem sentido.
agora você sabe
você não passava de um
maldito
cão, ou
de uma lesma enrolada
numa lesma –
conchas pegajosas na luz
do sol, ou nas
noites enevoadas,
ou no escuro
escuro.
você era
o idiota da
natureza,
não provando mas
sendo
provado.
não um homem mas um
plano
se desenrolando,
não empurrando mas
sendo
empurrado.
agora
você sabe.
naquele tempo
você se achava
um belo de um
espertalhão
um belo de um
cafajeste
um belo de um
machão
um belo de um
transgressor
sorrindo acima de seu
vinho
planejando sua próxima
jogada
que
perda de tempo
você era
seu grande
cavaleiro
seu Átila das
primaveras e
tudo mais
você poderia ter
dormido esse tempo
todo
e ninguém nunca teria
sentido sua
falta
nunca teriam
sentido sua
falta
em
absoluto.
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