Charles Bukowski
poeta, contista e romancista estadunidense
1920-08-16 Andernach
1994-03-09 San Pedro
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Correções de Mim Mesmo, Sobretudo Segundo Whitman:
eu quebraria os bulevares como palhas
e jogaria os velhos poetas confusos que sorvem leite
e levantam pesos
nas detenções de bêbados de Iowa
até San Diego;
eu anunciaria minha própria firme reivindicação de imortalidade
bem quieto
já que ninguém escutaria mesmo,
e eu quebraria a Vitrola
eu quebraria a alma de Caruso
numa noite quente cheia de moscas;
eu sairia empinando uma bunda judaica
requebrando pelos bulevares
numa velha bicicleta italiana de corrida,
lançando olhares para trás
sempre sabendo
como boas-noites na Alemanha
ou luvas atiradas ao chão,
acontece.
eu choraria pelos exércitos da Espanha,
eu choraria pelos índios viciados em vinho,
eu choraria, inclusive, por Gable morto
se conseguisse achar uma lágrima;
eu escreveria introduções para livros de poesia
de rapazes que já perderam metade da audição
devido à palavra;
eu mataria um elefante com um facão de caça
para ver sua tromba cair
feito uma meia vazia.
eu encontraria coisas na areia e coisas
embaixo da minha cama: marcas de dentes, marcas de braço, sinais,
pontas, manchas de tinta, manchas de amor, rabiscos
de Swinburne...
eu derrubaria as montanhas por seus caroços de azeitona,
eu prantearia mergulhadores de narizes mortos
com isso aís,
e por falar nisso
eu esmagaria e mataria mais uma mosca
ou escreveria
mais um poema inútil.
e jogaria os velhos poetas confusos que sorvem leite
e levantam pesos
nas detenções de bêbados de Iowa
até San Diego;
eu anunciaria minha própria firme reivindicação de imortalidade
bem quieto
já que ninguém escutaria mesmo,
e eu quebraria a Vitrola
eu quebraria a alma de Caruso
numa noite quente cheia de moscas;
eu sairia empinando uma bunda judaica
requebrando pelos bulevares
numa velha bicicleta italiana de corrida,
lançando olhares para trás
sempre sabendo
como boas-noites na Alemanha
ou luvas atiradas ao chão,
acontece.
eu choraria pelos exércitos da Espanha,
eu choraria pelos índios viciados em vinho,
eu choraria, inclusive, por Gable morto
se conseguisse achar uma lágrima;
eu escreveria introduções para livros de poesia
de rapazes que já perderam metade da audição
devido à palavra;
eu mataria um elefante com um facão de caça
para ver sua tromba cair
feito uma meia vazia.
eu encontraria coisas na areia e coisas
embaixo da minha cama: marcas de dentes, marcas de braço, sinais,
pontas, manchas de tinta, manchas de amor, rabiscos
de Swinburne...
eu derrubaria as montanhas por seus caroços de azeitona,
eu prantearia mergulhadores de narizes mortos
com isso aís,
e por falar nisso
eu esmagaria e mataria mais uma mosca
ou escreveria
mais um poema inútil.
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