Alguns Poemas

silhueta esguia...memórias de mim...pequena prosa escrita faz tempo...



hoje envolvida pela brisa do mar e o grito das gaivotas, despertam em mim gratas recordações da praia da minha infãncia a Nazaré, tudo o que possuía nessa altura era poder desfrutar de quinze dias de férias que a mãe tinha geralmente em Agosto, esforçava-me por aguentar a camioneta que nos levava até lá mas sempre ficava com o estômago dando voltas, passava todo o dia na praia de manhã à noitinha, vejo-me ainda criança silhueta esguia, olhos verde alga, cabelo aos caracóis, rosto magro, pernalta como ave da planície, dessa idade restam algumas fotografias a preto e branco, já desmaiadas mas onde eu imagino o infinito mar à minha frente a perder de vista, azul e verde esmeralda. As vozes das mulheres da praia elevavam-se em oração quando o mar embravecia e os homens andavam na faina, os verões por norma eram bem soalheiros e as pessoas aglomeravam-se na areia junto às barracas de lona a conversar umas com as outras sobre as suas vidas e também porque não sobre a vida dos outros, eu deixava-me ficar de lado na esperança de arranjar amizade com alguma criança para poder partilhar a minha alegria, as brincadeiras e repartir afectos. Na pacatez da aldeia, aí sim, tinha as amigas de sempre com quem contava, pois na aldeia não há estratos sociais, todos estamos no mesmo patamar, daí que a amizade e a partilha sejam um bem comum, ali não há ilhas humanas somos demasiado unidos. Não tinha consciência de mais mundos, o meu era aquele, onde existia um rio com margens frondosas e açudes cantantes, uma praça aos meus olhos de criança enorme, um adro onde adorava jogar à malha, uma igreja onde gostava de ir à oração das seis e duas ou três mercearias onde gastava os tostões em chocolates envolvidos em pratas coloridas. Os meus bisavós já tinham nascido na aldeia, meus avós, meu pai e eu também tivemos esse privilégio... orgulhosamente, aprendi muito com eles, era frágil como um ramo de salgueiro, mas forte de raiz e sentimentos, apesar de nesse tempo os afectos serem comedidos, sentia-me menina mimada... a mãe comprou-me um vestido branco com bolinhas rosa-pálido, e um laço para colocar no cabelo também ele rosa...como me lembro bem! Ai a força que a saudade tem...

natalia nuno
do meu blog http://fiodamemoria.blogspot.pt/
Natural de Lapas/Torres Novas A Poeta nasceu na pequena aldeia Ribatejana chamada Lapas/ Torres Novas a 19/1, Estudou na Escola Industrial e Comercial de Torres Novas . Participou nas seguintes Antologias: «Entre o sono e o sonho III» «trago-te um sonho nas mãos», «por um sorriso», «poiesis vol. XIII» e «poiesis vol. XXIX», «Viva Outubro 2009» e «Viva outubro 2010», «Licença poética 2011» , « Alma gémea 2011 antologia brasileira», «Tu cá, tu lá II», «Horizontes da Poesia III 2011», « Digo não ao não», «Na magia da noite», «Entre o sono e o sonho III» , «Mãe», « Poetar Contemporâneo 2012», « Cruzada da Poesia», «Horizontes da Poesia IV», «Horizontes de Poesia V» Antologia Poética Contemporânea «Entre o Sono e o Sonho IV», «A Palavra é uma Espada», «Amantes da Poesia 2014», «Horizontes da Poesia IX» «Utopia(s)», «Poetas da Cidade»… Antologias editadas por diversas Editoras situadas em Portugal e Brasil. Colaborou no jornal da sua cidade natal «O Almonda» Prefaciou as obras: « No Chão de àgua » do Poeta Paulo César, O romance « Óh África...oh África Minha» do escritor José Silva, e « Encontro-me nas Palavras» da Poeta Maria Antonieta Oliveira. Livros seus editados/ de Poesia: «Pesa-me a Alma» em 2011 Editora Lua de Marfim e «A Melodia do Tempo» em 2014 pela mesma editora. Com o 3º livro de Poesia editado na Roménia com o nome de «Moldura da Saudade» ou «Margini de dor». O quarto livro «Estremecimentos d'Alma» editado pelo editor Vieira da Silva em 2017......................todos os meus poemas estão registados no IGAC Entre 2016 e 2018 participou em cerca de quatro dezenas de Antologias a convite........
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natalia nuno
Grata por todo o apreço dado à minha Poesia, a todos desejo muita felicidade e que vossos sonhos se realizem. Um abraço
06/novembro/2021
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sergios
Linda narrativa de amor. Estupenda!
28/janeiro/2020
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rosafogo
A todos agradeço o apreço precioso aos meus poemas...obrigado! Abraço-vos
15/dezembro/2018
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charlesburck
A distância não nos impede as canções, vc canta lidamente ao teu amor
14/dezembro/2018
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atal66
Fica-se com o gosto de mel e amoras ao ler os seus pensamentos ...um momento de puro deleite
22/outubro/2018
quaglino
Poeta forte! Muito bom, muito bom mesmo. Quem sabe um dia chego lá. Parabéns de novo.
17/outubro/2018
quaglino
Caraca, muito bom mesmo. Alma poeta.
17/outubro/2018
quaglino
Contundente, muito bom mesmo. Parabéns.
17/outubro/2018
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brisaletieres
Obrigada :)
27/maio/2018
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namastibet
obrigado
24/maio/2018
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namastibet
Fernando Pessoa Entre o sono e o sonho, Entre mim e o que em mim É o quem eu me suponho, Corre um rio sem fim.
19/abril/2018
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maria_matos
Parabéns pela beleza da escrita!
23/fevereiro/2018

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