manoelserrao1234

manoelserrao1234

1960-04-19 São Luis - Maranhão
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Alguns Poemas

ILHOSES [Manoel Serrão]


Feito alma.
Feito carne.
Feito dor.
Feito santo criador?

Oh! Desatam d’alma os nós das personas quão os opostos da incônscia, ó bardo?
Azo a sós, dê-se em essência parido, teces, opilas pelo bico da Parkinson jângais (dê) versos idem léxicos que os alinhavais a ponto perfeito?

Não o ranço? Não o vil escárnio que o encana entoado, vertendo rimas, esputa versos em escarros.
Oh! A de não tê-las n’outras cartilhas o verbo ser-dor sido purgado, alma arreboza para sê-la carne?

Vês? Vês que dor se for [do que duvido!] por não saber-se dor e não saber-se o nada, não é dor purgada a dor quê não se guarda: não é verbo conjugado; nem anima sofregada para
sê-lo arte encantada.


Vês? Vês que dor se for (do que duvido) não é dor para sê-la cria;
Não é carne para sê-la afim;
Não é alma autista para ser às sós: nem verbo cavo, martírio que não se faz.


Feito dor.
Feito verbo.
Feito carne. 
Feito alma malcriada?

És preciso tu, ó Narcísico [a], espelha rasa aquém do útero, fragma d'um Eu despedaçado, venera estampa, refugo da carne afeada, que o pensa sê-lo: o "nell'oblio" remido; o frame ali por um segundo: o mito no rito da punga, a gira; a blague imaginária para o desengano; o verbo tosco, opaco, ultor? Ó sede vós além dos umbrais ancestrais dos vossos avós.

És preciso tu, ó Escárnio infame, escória que o pensa sê-lo, mais que tudo: o Deus, o Verbo e o Nada? Sido purgado, verbo ser essa dor; alma e carne depurada; poesia para ser arte? Ó sede vós além dos nós alinhavados dos vossos ilhoses.


Então, ousas a ti dizeres, ó bardo? Ou é-me essência parida? Ou de fenestra a ambrósia dos mortais.


*"nell'oblio" [Língua itáliana = esquecimento]


Comentário: Inês de Castro intelectual e fotografa.



Date: Mon, 24 May 2010 09:38:56 -0700

From: decastrig@yahoo.com.br
Subject: câmbio...câmbio...
To: manoel.serrao@hotmail.com

Caro amigo Esse bate papo é muito legal. Percebo, porém que meu ritmo não acompanha o seu. Vc se comunica com muita gente. Eu não. To vivendo enclausurada no Arpoador, é mole?

Vou tentar passar uma mudança que percebi nos teus textos. Ñ é uma análise literária, apesar de eu ter estudado letras na USP (ñ me formei, é claro).achei engraçada a sua mudança de estilo e norma conforme o veículo. Foi nesta ordem que as percebi:· Na poesia vc se expande.  Vc fala na interseção dos planos universal/individual. Seu inconsciente (Junguianamente falando) se apodera de suas línguas, de sua palavra, de sua parole (Saussure) que são lançadas nas ondas reais e virtuais da grande rede. Aqui a norma ñ é culta nem inculta, aqui vc é Serrões. Vc as declama tb, nas tertúlias da Ilha?· Nos e-mails, vejo o advogado formado no Recife: norma culta, plano universal, formal, barroco quase pomposo, um discurso imponente e impressionante aliada a uma certa malandragem de comerciante que eu já havia ouvido, mas nunca lido. Lembre-se que o pai de minha filha era um pernambucano comunista e político que, aos 15 anos ganhou um concurso de oratória da Assembléia Legislativa de Pernambuco com o tema da prostituição, defendendo as putas e concorrendo contra políticos adultos conhecidos. E olha que eu acho os meus e-mails formais demais (rimou).· Não sei como se chama aquela conversa escrita on-line que nós tivemos. Pois, é. Ali eu reencontrei o velho Serrão que eu conhecia de ouvido com sua linguagem cotidiana por um lado muito maranhense, por outro trazendo outras vivências e uma pitada das formas acima descritas, tudo isso no plano individual e informal. É coloquial, regional, mais a pitada de apuro.  Eu sei que sou lenta e complicada, mas não tinha, até então, me aberto com ninguém. Tenho esta trava com "autoridades constituídas que me atrapalha muito.  Serrão, responde, vai!Bjs,Inês 

NOTA: Na imagem [Inês de Castro, João Batrista do Lago e Manoel Serrão] às margens do Rio Una, Cidade de Morros [MA] .



Valmiro Silva "Monstro"....vc! Uma pena, q o usuário do FACE só enxerga fotos. Se fosse uma foto teria umas 300 ou mais curtidas. Agora, uma MAGNITUDE dessa, no máximo, umas 10 curtidas...😪 Fazer o q De quem é a culpa ! CALMA!! Não estou lhe agredindo meu poeta!! Sei q vc é uma ESTRELA e q apenas se diverte com nossa ingenuidade... [Comentário Facebook – Dia 09 de outubro de 2019].
 
Perfil Nome completo: Manoel Serrão da Silveira Lacerda. Idade e naturalidade: Nasceu em São Luís [Atenas Brasileira] capital do Estado do Maranhão, na Santa Casa de Misericórdia, em 19 de abril de 1960. Filiação: Filho de Agamenon Lucas de Lacerda e de Oglady da Silveira Lacerda. Neto paterno de Manuel Lucas de Lacerda e Maria Antônia Lucas de Lacerda; neto materno de Hidalgo Martins da Silveira e Maria José Serra da Silveira. Ascendência geral de espanhóis e portugueses judeus. Profissão: Advogado e Professor de Direito, formado pela Faculdade de Direito do Recife - UFPE, curso criado pela Carta Lei de 11.08.1827 - publicada em 21.08.1827 - Chancelaria Mor do Império do Brasil, que no passado acolheu dois presidentes: Epitácio Pessoa, em 1886 e Nilo Peçanha, em 1887. Acolheu outros nomes, os quais enriqueceram a nossa cultura como: Rui Barbosa. Castro Alves. Augusto dos Anjos. Ariano Suassuna. Miguel Arraes. Francisco Julião. Barão do Rio Branco. Barão de Lucena. Joaquim Nabuco. Fagundes Varela. Raul Pompéia. Tobias Barreto. Graça Aranha. Álvaro Lins. José Lins do Rego. Pontes de Miranda. João Pessoa. Clóvis Bevillaqua. Silvio Romero. Adolfo Cisnes. Assis Chateaubriand. Agamenon Magalhães. Luís Câmara Cascudo. Aurélio Buarque de Holanda, e tantos mais. Dimensionar a origem do berço poético do autor, assim como a dimensão e a importância do Maranhão para a cultura nacional, peço vênia para transcrever um pequeno trecho da obra do imortal membro da Academia Maranhense de Letras o professor Jomar Moraes, intitulada - Apontamentos de Literatura Maranhense - edições sioge - nota bene: "Sem receio de qualquer exagero chauvinista diríamos que a presença do Maranhão na literatura nacional se caracteriza, principalmente, pelo vanguardismo que sempre colocou nossos homens de letras à frente dos debates das novas ideias e da renovação de padrões estéticos. Do negrismo de Trajano Galvão ao neoconcretismo de Ferreira Gullar; do ideário estético e nacionalista de Gonçalves Dias às antecipações modernistas de Sousândrade; da lucidez analítica de João Francisco Lisboa ao ensaísmo da Franklin de Oliveira e Oswaldinho Marques; dos estudos folclóricos de Celso Magalhães ao romance naturalista de Aluísio de Azevedo; dos estudos de Nina Rodrigues à renovação estética pregada e apoiada por Graça Aranha, tudo revela e comprova a clara vocação de pioneirismo e liderança que assinala uma das mais características e importantes facetas da nossa participação na cultural nacional". E ainda, de Coelho Neto, Teófilo Dias, Vespasiano Ramos, Raimundo Teixeira Mendes, César Marques e muitos outros de uma constelação que brilha desde meados do século XIX. Dois dos quais – Gonçalves Dias e Teófilo Dias – são patronos de cadeiras na Casa de Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras, à Akademia dos Párias, dentre eles: Fernando Abreu, Paulo Melo Sousa, Garrone, Paulinho Nó Cego, Marcello Chalvinski, Zé Maria Medeiros, Celso Borges. Podemos citar: Arthur Azevedo; Catulo da Paixão Cearense; Bacelar Vianna; Bandeira Tribuzi; Padre Antônio Vieira [Sermão aos Peixes]; Odorico Mendes; Sotero dos Reis; João Francisco Lisboa; Gentil H. de Almeida Braga; Custódio A. P. Serrão [Frei]; Trajano Galvão; Josué Montello; Nauro Machado; José Sarney; José Chagas; José Maria Nascimento; Laura Amélia Damous; Luís Augusto Cassas; Alex Brasil, Antônio Miranda, Carlos Cunha, Dagmar Desterro, Joãozinho Ribeiro, Lago Burnett, Odylo Costa, Roberto Kenard, Salgado Maranhão, Vespasiano Ramos, Joaquim Haickel, João Batista Gomes do Lago; Mhario Lincoln; Lenita de Sá, João Paulo Leda, Evilásio Júnior, Antônia Veloso, Luiza Cantanhede, Zélia Maria Bacelar Viana, além de muitos tantos outros.
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Parabéns por seus textos e seus poemas, meu caro Manoel Serrão. Poesia é, como disse o grande poeta Octávio Paz, salvação e nós dois seremos salvos por ela, assim como todo aquele que faça da beleza o único pão para sua alma. Tenho igual honra em te-lo como leitor. Um forte e cordial abraço.
06/março/2019

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