Mundo

Tudo
me lembra o imundo
e de beleza é a sede
dos meus olhos
de cada fibra do meu corpo
de cada nervo que me percorre

Tudo me lembra o imundo
e cada gesto, cada rosto
cada palavra
renova a lembrança da náusea

Sacode o meu corpo um leve estertor
e numa sonata de luz
lavo os resquícios
da sujidade humana que trago em mim.

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