Jonas da Silva

1880-12-17 Parnaíba
1947-06-05 Manaus
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Barro Amarelo

Do cemitério o chão, aqui, a cova,
Parece de oiro: é lindo este amarelo.
Aqui vieram fazer o seu castelo
Os que passaram pela Grande Prova.

Os que têm fome de oiro, os que uma trova
À auricídia cantaram com desvelo,
Aqui o têm sob a folha do cutelo
Da Morte, curvo como a Lua Nova.

As raízes das árvores tenazes
Não penetram no solo socalcado;
No entanto viçam rosas e lilases.

— Vais em visita a alguém que tua alma chora?
Liga-te a argila os pés ao chão... Cuidado!
Este barro amarelo te devora! ...

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