No Espelho
Vi as marcas do tempo em meu rosto.
Profundas,
como os abismos em meu coração.
Vi também caminhos.
Caminhos traçados em minhas retinas,
aquáticas,
sufocadas,
quase afogadas,
em minha tristeza.
Vi minhas marcas de infância,
infantis cicatrizes,
camufladas em um rosto jovem,
melancólico.
Vi meus lábios,
vermelhos
— sangrentos —,
riscados como papel,
por palavras,
em explosões metafóricas.
Mas vi também um corpo.
Um corpo duro,
petrificado,
como um rosto no espelho...
Salvador, 08 de janeiro de 1997
Profundas,
como os abismos em meu coração.
Vi também caminhos.
Caminhos traçados em minhas retinas,
aquáticas,
sufocadas,
quase afogadas,
em minha tristeza.
Vi minhas marcas de infância,
infantis cicatrizes,
camufladas em um rosto jovem,
melancólico.
Vi meus lábios,
vermelhos
— sangrentos —,
riscados como papel,
por palavras,
em explosões metafóricas.
Mas vi também um corpo.
Um corpo duro,
petrificado,
como um rosto no espelho...
Salvador, 08 de janeiro de 1997
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