Pereira da Silva

1817-08-30 Nova Iguaçu
1898-06-16
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Uma Parábola

Esqueceu-me jamais essa Roseira.
Deu rosas brancas a existência inteira
E viveu, para nós, as alegrias
Das nossas noites e dos nossos dias.

Essa Roseira teve sempre rosas
Para as festas gentis ou religiosas
E nunca se esqueceu dos namorados
Ou de dar flores para os seus noivados.

Eu quero crer também que nunca houvesse
Enterramento humilde a que não desse,
Essa Roseira, a régia compostura
De suas rosas de imortal brancura.

Posso, entanto, afirmar que essa Roseira,
Porque deu flores a existência inteira,
Passou despercebida aos homens brutos
Como aos ladrões as árvores sem frutos...

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