Paula Nei

1858-02-02 Aracati
1897-11-13 Rio de Janeiro
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Tu és Minha

Tu és minha, afinal. Enfim te vejo
Sobre meus braços lânguida, prostrada,
Enquanto em tua face descorada
Os lábios colo e sorvo-te num beijo.

Vibra em minha alma o lúbrico desejo
De assim gozar-te, a sós, abandonada,
De sentir o que sentes, minha amada,
De escutar-te do peito o doce arpejo.

Quando, entretanto, sinto que teu seio
Palpita, delirante, em doido anseio,
Como a luz que do sol à terra emana,

Eu digo dentro de mim: — "Se eu te manchara,
Se eu te manchara, flor, eu não te amara,
Ó branca espuma da beleza humana!"

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