Terceiro Soneto

Meu amor é uma louca feiticeira
Condenada na perdida Idade Média.
Dançando, meu amor foi p’ra fogueira,
Gozando nesta hora de tragédia.

O carrasco encantado com a surpresa
De tal riso dado em meio à agonia
Rezava pela bruxa sem certeza
Se o que via era fato ou fantasia.

Pelos tempos, o incêndio que ainda cresce
Vai queimando tão bela bailarina
Assistida pelo seu carrasco em prece

Que não entende que aquilo que a fascina
É na chama haver espelho que enternece
Pois o fogo tem um rosto de menina.

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