Papoula Vermelha

Há muito meu canto corta laços
das mulheres vestidas de negro.
Querem a morte da palavra. Tenho dedos
que sonham e guardam o vento na janela.

Há muito olho a árvore e beijo seu ovário.
O pássaro aninha no galho. Desce o canto na varanda.
Cresce o olho amarelo das mulheres vestidas de negro.
Benzo minha alma e arranco a seiva das montanhas.
No vale cavalos lilases trazem o perfume do verão.
O cheiro do corpo é alfazema umedecendo lábios.

Há muito as mulheres de negro me espiam.
Tenho nas mãos uma papoula vermelha e dentro dela
o sol.

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