Miniteoria do poema

Farto da linguagem
de antes, que exercia,
despiu-se da imagem
que, oca, construía.

Artificial, externa,
mais morta que viva,
fê-la mais interna
árdua, convulsiva.

Com a dor morando
- tanto como o amor -
penas vai portando,
como o espaço a cor.

Sem medo da rima,
sem medo do verso,
mesmo que a obra-prima
saia pelo inverso.

Que o poema seja
novo, mas eterno
(sem a moda andeja),
nobre como o inverno.

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