No Tempo do Forte Verde

Na sala de jantar
um pouco acima
da cristaleira
o capacete da revolução.
E bem ao lado da terrina
de louça clara adornada
com frutos levemente esmaltados
o pente de balas de fuzil
espetava o dourado ocre do metal.
Foi quando olhei para a rua
e uma bandeira inflava levemente
ao ruflar de longínquos tambores.
Outra vez olhei para o interior
onde as mulheres costuravam.
Pude constatar que o verde
realmente era uma cor
muito forte.

( de Cavalos ao Sol, 1982)

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