As Usinas

este canto da terra verde
é para Rosário Fusco,
meu amigo.

Desce o rio, lento, pesadão, molengo.

Mas, de repente,
se despenha no desespero do despenhadeiro.
É a cachoeira, a acachoar, zoando e retumbando no seio virgem da floresta virgem.

E, além, são as águas, que se refreiam,
que se represam,
e é a luta esplêndida de mil cavalos imaginários
nos canos grossos,
nos tubos longos,
pelas turbinas adentro, — em turbilhão.

E, então, lá no alto, à luz do dia, apoteóticamente,
as fábricas gemem,
os teares cantam,
as serras guincham,

— e, à noite, como que num milagre, é a cidadela
toda esplendente de alampadários.

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