Maria Teresa Rita Lopes
Escritora e Professora Catedrática de Literaturas Comparadas.
1937-09-12 Faro
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Poema do Amor Difícil – II
Agora não
agora nunca mais
Passou a hora
Agora já fechei as portas todas
e atirei as chaves ao mar
Agora marquei bilhete para partir de madrugada
Agora já vou a caminho
Houve um tempo
em que todos os caminhos do meu corpo
teriam tido os nomes que lhes desses
Agora não
Devolveste-os ao nada
ao sem sentido de coisas
existindo
Passou a hora
O equilíbrio refez-se do vazio
das madrugadas sem nada
O equilíbrio refez-se
sem ti
Houve um tempo
em que uma primavera inteira
esteve suspensa
dos teus gestos
Agora é tarde
As árvores reabrigaram
os rebentos
na casca dura
e souberam que só podiam contar
com seus lenhosos braços
Nus
Agora não
desisti de ti
expulsei-te do aço dos espelhos
Devolveste-me o nítido e duro perfil
das coisas
e puro recorte do silêncio
agora nunca mais
Passou a hora
Agora já fechei as portas todas
e atirei as chaves ao mar
Agora marquei bilhete para partir de madrugada
Agora já vou a caminho
Houve um tempo
em que todos os caminhos do meu corpo
teriam tido os nomes que lhes desses
Agora não
Devolveste-os ao nada
ao sem sentido de coisas
existindo
Passou a hora
O equilíbrio refez-se do vazio
das madrugadas sem nada
O equilíbrio refez-se
sem ti
Houve um tempo
em que uma primavera inteira
esteve suspensa
dos teus gestos
Agora é tarde
As árvores reabrigaram
os rebentos
na casca dura
e souberam que só podiam contar
com seus lenhosos braços
Nus
Agora não
desisti de ti
expulsei-te do aço dos espelhos
Devolveste-me o nítido e duro perfil
das coisas
e puro recorte do silêncio
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