BALOIÇO

Na minha quinta, em pequeno,
Tive um inquieto baloiço
Que ainda o vejo sereno
E nele os meus gritos oiço.

Longas horas baloiçava
Meu frágil corpo menino.
E ora subia ou baixava
Num constante desatino.

Nesse baloiço, à distância,
Chama por mim minha infância
E eu chamo p'lo que passou.

E sem haver quem me oiça
O baloiço me baloiça
Entre o que fui e o que sou.
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