Motel

O mênstruo da aurora em tom vermelho
repete-me abatido na vidraça
minha imagem em dó, ré, mi, coalha no espelho
o sol, lavando o resto, vê e passa

é a manhã, rebento do meu sono, afoito
me mudo para a lâmpada que, acesa,
crava minha sombra sobre a mesa
caneta e eu, poema, eterno coito

saudades dela em mim como estrias
na pele. E como é dura removê-las
devassos nós dormimos quando é dia

que às noites, como cães lassos de orgia
se ela faz suruba com as estrelas
eu vivo em coito anal com a poesia

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