Odysséas Elýtis
Odysséas Elýtis, foi um poeta grego, distinguido com o Prêmio Nobel de Literatura em 1979.
1911-11-02 Heraclião
1996-03-18 Atenas
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Marinha das Rochas
Tens um gosto de tormenta nos lábios - Mas por onde andaste
O dia todo em duro devaneio a pedra e mar
Um vento portador de águias descalvou as colinas
Raspou até o osso teu desejo
E as meninas dos teus olhos tomaram o bastão à Quimera
Pautando com espumas a memória!
Onde a ladeira familiar de um breve setembro
De rubra terra em que a brincar olhavas lá embaixo
Os densos ramalhetes de outras moças
As quinas onde os teus amigos depunham braçadas de abrótano.
- Mas por onde andaste
A noite toda em duro devaneio a pedra e mar
Eu te dizia que contasses dentro da água despida seus dias luminosos
Que de costas gozasses a alvorada das coisas
Ou que voltasses a correr campos de jalde
Com uma luz trifoliada em teu peito de iâmbica heroína.
Tens um gosto de tormenta nos lábios
E uma veste vermelha como sangue
Bem fundo no ouro do verão
E aroma de jacintos - Mas por onde andaste
Ao desceres às praias às baías com seu chão de calhaus
Havia ali algas marinhas frias e salinas
Porém mais fundo ainda um sentimento humano que sangrava
E com surpresa abriste os braços dizendo o nome teu
Enquanto ascendias ligeira até a limpidez do fundo
Onde brilhava a tua estrela do mar.
Ouve, a palavra é a prudência dos últimos
E o tempo frenético escultor dos homens
E alto paira o sol fero da esperança
E tu mais perto dele estreitas um amor
Que tem nos lábios um gosto amargo de tormenta.
Não há por que contares, azul até o osso, com outro verão
Com os rios mudarem de curso
E levar-te à mãe deles
Para que possas outra vez beijar as cerejeiras
Ou cavalgar o vento noroeste
De pé nas rochas sem amanhã nem ontem
Sobre o perigo das rochas cabelos na tormenta
Irás dizer adeus ao teu enigma.
O dia todo em duro devaneio a pedra e mar
Um vento portador de águias descalvou as colinas
Raspou até o osso teu desejo
E as meninas dos teus olhos tomaram o bastão à Quimera
Pautando com espumas a memória!
Onde a ladeira familiar de um breve setembro
De rubra terra em que a brincar olhavas lá embaixo
Os densos ramalhetes de outras moças
As quinas onde os teus amigos depunham braçadas de abrótano.
- Mas por onde andaste
A noite toda em duro devaneio a pedra e mar
Eu te dizia que contasses dentro da água despida seus dias luminosos
Que de costas gozasses a alvorada das coisas
Ou que voltasses a correr campos de jalde
Com uma luz trifoliada em teu peito de iâmbica heroína.
Tens um gosto de tormenta nos lábios
E uma veste vermelha como sangue
Bem fundo no ouro do verão
E aroma de jacintos - Mas por onde andaste
Ao desceres às praias às baías com seu chão de calhaus
Havia ali algas marinhas frias e salinas
Porém mais fundo ainda um sentimento humano que sangrava
E com surpresa abriste os braços dizendo o nome teu
Enquanto ascendias ligeira até a limpidez do fundo
Onde brilhava a tua estrela do mar.
Ouve, a palavra é a prudência dos últimos
E o tempo frenético escultor dos homens
E alto paira o sol fero da esperança
E tu mais perto dele estreitas um amor
Que tem nos lábios um gosto amargo de tormenta.
Não há por que contares, azul até o osso, com outro verão
Com os rios mudarem de curso
E levar-te à mãe deles
Para que possas outra vez beijar as cerejeiras
Ou cavalgar o vento noroeste
De pé nas rochas sem amanhã nem ontem
Sobre o perigo das rochas cabelos na tormenta
Irás dizer adeus ao teu enigma.
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