A estranha narrativa

Nós: rimo-nos do passado.
Amanhã o futuro rir-se-á
de nós.
Assim é o mundo, uma história urdida
por algum grande feiticeiro.
Os vivos desempenham o seu maravilhoso papel
como se já estivessem mortos.
O palco é triste
com a sua cortina de nevoeiro.
E por detrás do pano
os espectadores do futuro observam-nos, rindo.
Não se dão conta de que o argumento
vai tombando sobre as suas próprias mãos.
(Versão de Luís Filipe Parrado, a partir da tradução inglesa de Lena Jayyuri e Naomi Shihab Nye reproduzida em "The flag of childhood - poems from the middle east"; selecção de Naomi Shihab Nye, Aladdin Paperbacks, 2002, p. 32).
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