O Tempo de um Poema
Abro o jornal
E a guerra é a mesma de ontem:
Gente que tem família
Filhos, netos e amor;
Habitantes de uma ilha
Onde todo o medo
Se faz.
Me traz um pouco de café
Que ainda é cedo e tenho um compromisso!
Será que hoje vai chover?
Tomara que aconteça isso.
Estou atrasado...
Por que eles buzinam tanto?
E esse engarrafamento!
Uma batida aconteceu
Lá fora.
Porque a luz veio tão alta?
Vocês pensam que tenho grana?
Depois a gente bate um papo, filha!
Agora o telefone toca...
Esqueço a hora e o relógio.
Esqueço que tudo o que se faz
Termina em nada,
E tiro o paletó,
E folgo a gravata,
E toco os pés no chão.
Não quero me perder
Do que sou,
Do que somos
Puros
Grupos de retirantes.
Numa estrada,
Buscando
O tempo de um poema
Como um vírus de computador.
E a guerra é a mesma de ontem:
Gente que tem família
Filhos, netos e amor;
Habitantes de uma ilha
Onde todo o medo
Se faz.
Me traz um pouco de café
Que ainda é cedo e tenho um compromisso!
Será que hoje vai chover?
Tomara que aconteça isso.
Estou atrasado...
Por que eles buzinam tanto?
E esse engarrafamento!
Uma batida aconteceu
Lá fora.
Porque a luz veio tão alta?
Vocês pensam que tenho grana?
Depois a gente bate um papo, filha!
Agora o telefone toca...
Esqueço a hora e o relógio.
Esqueço que tudo o que se faz
Termina em nada,
E tiro o paletó,
E folgo a gravata,
E toco os pés no chão.
Não quero me perder
Do que sou,
Do que somos
Puros
Grupos de retirantes.
Numa estrada,
Buscando
O tempo de um poema
Como um vírus de computador.
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