Natércia Freire
Natércia Ribeiro de Oliveira Freire GOIH, conhecida por Natércia Freire, foi uma poetisa e escritora portuguesa.
1920-01-01 Benavente
2004-12-17 Lisboa
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Cor
É preciso soltar o ritmo que me
prende.Esta amarra de ferro à palavra e ao som.Emudecer,
no espaço, o arco e a correnteE ser nesta
varanda um pouco só de cor.Não saber se uma flor é
mesmo uma criança.Se um muro de jardim é proa de
navio.Se o monumento fala, se o monumento dança.Se
esta menina cega é uma estátua de frio.Um pássaro
que voa pode ser um perfume.Uma vela no rio, um
lenço no meu rosto.Na tarde de Fevereiro estar um
dia de Outubro.Nos meus olhos de morta uma noite
de Agosto.É preciso soltar o ritmo das
marés,Das estações, do Amor, dos signos e das águas,Os
duendes das plantas, os génios dos rochedosNos
cabelos do Vento, as tranças de
arvoredos.Desordenai-me, luz! Que nada mais dependaDas águas, das
marés, dos signos e do Amor.É preciso calar o arco e
a correnteE ser nesta varanda um pouco só de
cor.
prende.Esta amarra de ferro à palavra e ao som.Emudecer,
no espaço, o arco e a correnteE ser nesta
varanda um pouco só de cor.Não saber se uma flor é
mesmo uma criança.Se um muro de jardim é proa de
navio.Se o monumento fala, se o monumento dança.Se
esta menina cega é uma estátua de frio.Um pássaro
que voa pode ser um perfume.Uma vela no rio, um
lenço no meu rosto.Na tarde de Fevereiro estar um
dia de Outubro.Nos meus olhos de morta uma noite
de Agosto.É preciso soltar o ritmo das
marés,Das estações, do Amor, dos signos e das águas,Os
duendes das plantas, os génios dos rochedosNos
cabelos do Vento, as tranças de
arvoredos.Desordenai-me, luz! Que nada mais dependaDas águas, das
marés, dos signos e do Amor.É preciso calar o arco e
a correnteE ser nesta varanda um pouco só de
cor.
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