Daniel Faria
Daniel Augusto da Cunha Faria foi um poeta português.Referências
1971-04-10 Baltar, Paredes
1999-06-09 Porto
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Quando eu era uma criança de muletas
Quando eu era uma criança de muletas
Estudei o alicerce de coisas paradas
Observei as coisas que se moviam
No olhar estático das coisas que meditam.Era cirúrigico
Como o homem que opera nas pupilas as artérias do seu próprio coração.
Estudei um peregrino e outro e outro.Estavam parados
Contemplavam os passos percorridos
No perímetro da meditação.
anotei que os alicerces do movimento são líquidos
Constantes.
Primeiro líquido:a água,nas coisas altas as nuvens
E penso também nos rios.Segundo líquido: a saliva
Que curou os cegos.Terceiro líquido: a saliva
Do relâmpago,da velocidade das coisas que caem.O sétimo líquido:
o sangue do cordeiro.
Quando eu era uma criança parada
Quando não andava numa cadeira de rodas a empurrar o corpo com as mãos
Estudei o movimento dos líquidos
Segui o derrame da semente ao morrer
Caminhasse eu porém e seguiria
O fio de água no olhar de quem amei.
de Dos Líquidos (2000)
Estudei o alicerce de coisas paradas
Observei as coisas que se moviam
No olhar estático das coisas que meditam.Era cirúrigico
Como o homem que opera nas pupilas as artérias do seu próprio coração.
Estudei um peregrino e outro e outro.Estavam parados
Contemplavam os passos percorridos
No perímetro da meditação.
anotei que os alicerces do movimento são líquidos
Constantes.
Primeiro líquido:a água,nas coisas altas as nuvens
E penso também nos rios.Segundo líquido: a saliva
Que curou os cegos.Terceiro líquido: a saliva
Do relâmpago,da velocidade das coisas que caem.O sétimo líquido:
o sangue do cordeiro.
Quando eu era uma criança parada
Quando não andava numa cadeira de rodas a empurrar o corpo com as mãos
Estudei o movimento dos líquidos
Segui o derrame da semente ao morrer
Caminhasse eu porém e seguiria
O fio de água no olhar de quem amei.
de Dos Líquidos (2000)
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