O trágico destino das palavras
Outro dia encontrei, por mero acaso,
Um livro, um tanto velho, amarelado,
Carcomido do tempo, mui traçado.
Era um clássico entregue ao vil descaso.
Prontamente o peguei naquele azo,
Ia ler; mas fiquei embaraçado
No português há muito desusado.
Pensei comigo: tudo tem ocaso.
A palavra é tal qual a criatura.
Esta ao nascer já ganha a sepultura
E trás a extrema-unção no batistério.
Aquela também morre, entretanto,
Fica por lá jazendo no seu canto,
Pois o livro é o seu próprio cemitério.
Um livro, um tanto velho, amarelado,
Carcomido do tempo, mui traçado.
Era um clássico entregue ao vil descaso.
Prontamente o peguei naquele azo,
Ia ler; mas fiquei embaraçado
No português há muito desusado.
Pensei comigo: tudo tem ocaso.
A palavra é tal qual a criatura.
Esta ao nascer já ganha a sepultura
E trás a extrema-unção no batistério.
Aquela também morre, entretanto,
Fica por lá jazendo no seu canto,
Pois o livro é o seu próprio cemitério.
533
0
Mais como isto
Ver também