António Feijó
António de Castro Feijó foi um poeta e diplomata português. Como poeta, António Feijó é habitualmente ligado ao Parnasianismo e o final da sua obra tende a um certo tom fúnebre.
Flor de Pessegueiro
A melindrosa flor de pessegueiro
Deixei-a, como dádiva de amores,
A essa que tem o rosto feiticeiro
E os lábios cor das purpurinas flores.
E a tímida andorinha, de asas quietas,
Dei-a também como lembrança minha,
A essa que tem as sobrancelhas pretas,
Iguais às asas da andorinha.
No dia imediato a flor morria,
E a andorinha voava, entre esplendores,
Sobre a Grande Montana onde vivia
O Génio oculto qu preside às flores.
Mas nos seus lábios, como a flor abrindo,
Conserva a mesma carnação,
E não voaram, pelo azul fugindo
As asas negras dos seus olhos, não!