António Ramos de Almeida

António Ramos de Almeida

Olinda, Brasil
1961 Porto
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Saudade

Que doce enleio ronda a minha porta

- Voz na distância feita saudade!

Que fina brisa vem de longe e corta

As muralhas da minha saudade!



Vejo-te ausente e fitas-me absorta

Pensas talvez que o teu menino há-de

Andar ao frio. E lá pela noite morta

Cuidas ouvir a voz da tempestade



E vens, pé ante pé, leve, palpando

Aconchegar a roupa, enternecida,

Saber se o teu filhinho dorme bem ...



Santa velhinha que me estás fitando,

Aquém da morte e mesmo além da vida

Tu serás sempre, sempre, a minha mãe.
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