Garoa em Pequim
Cai uma lânguida chuva em Pequim,
igual às nostálgicas chuvas que já vi;
vagarosa como o tédio,
dentro de um sombrio cinzento,
mergulhando em dúvida
a colorida alegria,
deixando meus olhos indecisos,
que procuram rever e fixar
a nítida silhueta milenar,
com a alma se debatendo para não ficar
entre as recordações da garoa paulista
e a envolvente realidade chinesa.
Debate-se meu ser apaixonado
entre o saudoso chuvisco paulista
e o véu úmido, cinzento e contínuo,
cobrindo a silhueta velha, nova e divina.
Cai lenta e persistente em Pequim
uma bruma afogando na abstração
minh'alma suspensa entre dois mundos,
atonando um desconhecido passado.
me afastando do indelével presente,
me levando a "Paulicéia Desvairada",
me trazendo a Pequim encantada.
Cai lenta uma chuva em Pequim,
pesando positivamente dentro de mim.
(...)
In: FRYDMAN, Carlos. Os caminhos da memória. Apres. Carlos Burlamáqui Kopke. Il. João Suzuki. São Paulo: Fulgor, 1965
igual às nostálgicas chuvas que já vi;
vagarosa como o tédio,
dentro de um sombrio cinzento,
mergulhando em dúvida
a colorida alegria,
deixando meus olhos indecisos,
que procuram rever e fixar
a nítida silhueta milenar,
com a alma se debatendo para não ficar
entre as recordações da garoa paulista
e a envolvente realidade chinesa.
Debate-se meu ser apaixonado
entre o saudoso chuvisco paulista
e o véu úmido, cinzento e contínuo,
cobrindo a silhueta velha, nova e divina.
Cai lenta e persistente em Pequim
uma bruma afogando na abstração
minh'alma suspensa entre dois mundos,
atonando um desconhecido passado.
me afastando do indelével presente,
me levando a "Paulicéia Desvairada",
me trazendo a Pequim encantada.
Cai lenta uma chuva em Pequim,
pesando positivamente dentro de mim.
(...)
In: FRYDMAN, Carlos. Os caminhos da memória. Apres. Carlos Burlamáqui Kopke. Il. João Suzuki. São Paulo: Fulgor, 1965
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