Poema do esquecimento
Vendo passar as nuvens foi passando a vida,
e tu, como uma nuvem, passaste por meu tédio.
E se uniram então teu coração e o meu,
como se vão unindo as bordas de uma ferida.
Os últimos sonhos e os primeiros cabelos brancos
entristecem de sombra todas as coisas belas;
e hoje tua vida e minha vida são como as estrelas,
pois podem se ver juntas, estando distantes...
Eu bem sei que o esquecimento, como uma água maldita,
nos dá uma sede mais funda que a sede que nos resgata,
porém estou tão seguro de poder esquecer...
E olharei as nuvens sem pensar que te quero,
com o hábito surdo de um velho marinheiro
que ainda sente, em terra firme, a ondulação do mar.
e tu, como uma nuvem, passaste por meu tédio.
E se uniram então teu coração e o meu,
como se vão unindo as bordas de uma ferida.
Os últimos sonhos e os primeiros cabelos brancos
entristecem de sombra todas as coisas belas;
e hoje tua vida e minha vida são como as estrelas,
pois podem se ver juntas, estando distantes...
Eu bem sei que o esquecimento, como uma água maldita,
nos dá uma sede mais funda que a sede que nos resgata,
porém estou tão seguro de poder esquecer...
E olharei as nuvens sem pensar que te quero,
com o hábito surdo de um velho marinheiro
que ainda sente, em terra firme, a ondulação do mar.
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