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Rose Ausländer nasceu em Czernowitz, na Bucovina, quando a região pertencia ao Império Austro-Húngaro, e sua família estava ligada ao movimento judaico hassídico, comunicando-se em alemão e iídiche. Durante a Primeira Guerra, a família muda-se para Budapeste e mais tarde para a capital imperial, Viena.
Com 20 anos, a poeta deixa a Europa e passa a viver nos Estados Unidos, retornando a Bucovina na década de 30. Publica seu primeiro livro em 1939, quando a Segunda Guerra começa. Em 1941, a região é ocupada pelos nazistas e a poeta, com 40 anos, é forçada a mudar-se para o gueto, onde conhece o poeta Paul Celan, com 20 anos neste momento. Os dois estariam entre os poucos judeus sobreviventes na cidade.
Após o fim da guerra, Rose Ausländer abandona não apenas o continente europeu como também a língua alemã, passando a escrever em inglês. Somente na década de 60 ela retornaria à Áustria e à Alemanha, voltando a escrever em alemão e publicando seu segundo livro,Blinder Sommer (Verão Cego), em 1965.
Rose Ausländer seguiria um caminho parecido ao de outros poetas sobreviventes do Holocausto, como Paul Celan ou Edmond Jabès, aproximando-se também, em sua escrita gnômica, de uma poeta como Nelly Sachs (1881 - 1970). Tendo vivido nos Estados Unidos, é bem provável que a influência da escrita de Emily Dickinson tenha também contribuído para a formação de seu estilo emescrita escassa, que a liga a uma linhagem de poetas do mínimo e parco no século XX, como na poesia da americana Lorine Niedecker (1903 - 1970) ou da brasileira Orides Fontela (1940 - 1998), em quem sentimos, porém, não a adesão a qualquer cartilha do conciso ou concreto por veleidades literárias, mas um minimalismo que parece ser guiado por uma espécie deest-é-tica da escassez, que mina e acusa qualquer pretensão à exuberância e ao exagero. "Pó" é um vocábulo recorrente nos textos desta poeta.
--- Ricardo Domeneck