Sérgio Gonçalves de Sousa

Sérgio Gonçalves de Sousa

Poeta, autor da Coleção: "Todos os Amores", volumes 1 e 2 estão disponíveis para Kindle na Amazon.

1966-11-29 São Paulo
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ALGODÃO DOCE

Quando risos se mostram e encostam em bocas felizes, poderíamos definir como êxtase?

Quem sabe seja apenas um ponto de vista, uma pista do quanto tem sido bom o convívio,

De como é possível deixar coisas para trás, consentir em que o novo estabeleça seu lugar,

Já passei do tempo de ter pressa, essa coisa de olhar eu deixo ganhar corpo naturalmente.

Agora que bateu fundo, não posso negar, já presto atenção, acompanho cada movimento,

Seguro a excitação e aguardo correspondência, uma freqüência agradável, a sintonia fina,

Aquela coisa divina que surpreende os sentidos, que torna as nuvens familiares, os bares

Já não se resumem aos copos cheios, sua companhia ilumina tudo, tão bom te encontrar.

Percebo o barulho da chuva no asfalto, o seu salto pode escorregar e, talvez seja a deixa

Para um abraço mais demorado, para ver incinerado esse cuidado, vejo as asas baterem,

As roseiras tremerem enquanto seguimos à fronteira e você diz quem terá o passe livre,

Quem beberá a cuba libre, gim, uísque, tanto faz, solta a música que o show será nosso.

Sempre acordo cedo e, mesmo com tudo revirado, a sensação é da mais perfeita ordem,

Os cães fingem que mordem, eu finjo que doi, você respira tranquila, sua cara é de paz,

Dá tempo de preparar um café, de repassar a vida, constatar que a espera foi justificada

Por este rosto dão doce, meu algodão doce, pode levantar, já aprendi a sonhar acordado.
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