Contingência
Uma estranha efígie do outro lado,
Parte de algo infinito,
Transpondo o discreto jardim,
Repleto de flores petrificadas,
Desejos encobertos pelo tempo,
Além da clareira do amor.
Uma floresta densa entre tudo,
Plantas rasteiras igual minh'alma,
Deitada ao solo entre as pedras,
Beijando o sulco da terra,
Feito meu corpo vegetativo,
Corroendo-se em seus elos irascíveis.
A cerca adjacente ao meu eu,
Brota entre os juncos da vida,
Espalhando-se timidamente dolorida,
Corroída pela ferrugem do tempo,
Numa rebeldia de sentidos,
Tal qual minha dor hedionda.
As ervas daninhas me sufocam,
Sem dar trégua ao meu fastio,
A noite e o dia chegam sem tocar-me,
Delineando minha estranha forma,
Ao chão suplício do meu fim,
Jornada abstrata da existência.
Sirlânio Jorge Dias Gomes
Parte de algo infinito,
Transpondo o discreto jardim,
Repleto de flores petrificadas,
Desejos encobertos pelo tempo,
Além da clareira do amor.
Uma floresta densa entre tudo,
Plantas rasteiras igual minh'alma,
Deitada ao solo entre as pedras,
Beijando o sulco da terra,
Feito meu corpo vegetativo,
Corroendo-se em seus elos irascíveis.
A cerca adjacente ao meu eu,
Brota entre os juncos da vida,
Espalhando-se timidamente dolorida,
Corroída pela ferrugem do tempo,
Numa rebeldia de sentidos,
Tal qual minha dor hedionda.
As ervas daninhas me sufocam,
Sem dar trégua ao meu fastio,
A noite e o dia chegam sem tocar-me,
Delineando minha estranha forma,
Ao chão suplício do meu fim,
Jornada abstrata da existência.
Sirlânio Jorge Dias Gomes
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