Brisa Letieres

Brisa Letieres

não são poemas, são pedaços de mim

1996-09-30 Rio de Janeiro
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Amante Negro

Um dia eu acordei,

e espantada, abri os olhos.

Nada fora do usual, apenas relaxei.

Sorrateiramente, aquele medo me invadiu, novamente, ainda na mesma semana!

Não havia para onde fugir, aquela sombra demoníaca já havia fechado as cortinas e delicadamente me posto de volta em meu leito, para assim, unir-se a mim em comunhão sagrada.

Olhos vítreos, inertes, varrem a imensidão do vazio daquele quarto, enquando meu amante maldito se faz de meu corpo, consagrando com seu toque negro, cada extremidade, não só do meu corpo físico mas como também do que eu ja ousei chamar de alma.

Pois é você, meu maldito amado, o único que me visita na eternidade da noite, e sem ti, eu seria nada.

Amado, ainda há de chegar o dia, em que aceitarei sua sanguinária rosa assassina e de todos os demônios, me livrarei.

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