ébrias fantasias...

o olhar é um poço sem fundo,
verde como o esplendor do mundo
vibrante e quente o coração
inundado de emoção,
e nos corredores da mente ébrias fantasias
onde a felicidade é agora saudade.
o inverno dita o rigor dos dias
mas a vida agita.se feliz diante do nada,

cansada, assim vai vivendo e morrendo
na dor que dói e permanece,
mas ainda sonha a mão que escreve,
e a dor esquece...
a palavra percorre-lhe o sangue
molda-se e cresce no papel
vogais, consoantes, acariciam-lhe a pele.
dos sonhos nascem adjectivos
que tece e destece
memórias e desmemórias,
sonhos que se agitam vivos
vindo do seu desmesurado coração
metáforas brotam-lhe dos dedos
mais formosas que o vento batendo na ondulação
sem medos, uma alegria antiga
traz ao seu sossego,
sonhos de amor e paixão...

natália nuno
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