Adam_Flehr

Trazido há quase quatro décadas para a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, onde cresceu, estudou, graduou-se em Administração, apurou seu gosto pelas artes em geral, em especial por música e literatura.

1967-04-28 Rio de Janeiro
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Esta mulher do assento à frente

Sentada no assento à frente

do meu,

neste cinema,

nesta sala de espera,

nesta condução,

está uma mulher peculiar



Não é mesmo bela,

nem é feia

Não é assim jovem,

nem é idosa

Não é minha conhecida,

nem me é indiferente

esta mulher do assento à frente



De perfil eu posso observar

seu queixo pontudo e saliente,

seu nariz adunco e angular



Seus cabelos são de qualquer cor

exceto daquela que, exatamente

ela permite mostrar



Frenético o trabalho de seus lábios

insistentes a abrir e fechar...

Do que tanto fala à sua companheira

ao lado, assim, sem parar...

Será que ela maldiz, fere ou mente,

esta mulher do assento à frente?



Proferiria, leviana, o infortúnio de seus

conhecidos, de desconhecidos, o meu?

Falaria da vida íntima de sua família,

de seus amigos e parentes?

distribuiria maledicências aos quatro

cantos, até quando não mais agüentar?



Ou pelo contrário, estaria ensinando à amiga,

uma receita de sobremesa, de simpatia

ou de chá...

Ensinaria lições de vida, reconfortando,

aconselhando a esquecer o abalo e

seguir em frente?



Pois que uma voz inaudita se aproxima e

proclama: querido... são as aparências que mentem!



Estaria então, diametralmente enganado

e viria de mim o mal

que vi refletido como espelho

nos lábios inocentes

desta mulher do assento à frente...
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POEMA ANALÍTICO E REFLEXIVO TRAZENDO SEU POETAR NUMA PAIXAO DE LER ATÉ O FIM, APLAUSOS
03/agosto/2012
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joao_euzebio
Muito bom meu amigo eu me vi sentado nesta cena neste poema neste cinema e me deu até o desejo de conhecer esta mulher do assento da frente. Parabéns
03/agosto/2012

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