Paulo Jorge
A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.
1970-07-17 Lisboa
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Vagabundos
Tão profunda a dor eles sentem,
Morrer é apenas mais um idem,
Desalinhados e pobres pelos becos,
Jamais ouvirão os puros ecos,
Porque as lágrimas não mentem,
Quando pelas faces vertem,
Com a alma presa em paredes,
Corações quebrados dormentes,
Infelizes apenas geram ascos,
Neste mundo pleno em vácuos,
Que pena serem como eu,
Um ingénuo e mero plebeu.
Lx, 23-6-1993
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