Paulo Jorge
A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.
1970-07-17 Lisboa
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Alma Gémea
Vagueias
por aí,
Eu
no fundo sei,
Olhas-me
daí,
A
minha Alma te dei.
Sinto
no ar a tua presença,
A
tua dor veio com o vento,
Porque
estás tão tensa,
Não
ouves o meu lamento.
Não
chores mais,
Por
favor não,
Soltaram
os chacais,
E
já não comem à mão.
Não
te conheço o nome,
Não
sei quem serás,
Bastará
um olhar,
Um
terno sorriso,
Num
dia singular,
De
tempo conciso,
Nunca
saberás,
Sequer
que existo.
LX,
15-8-2003
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