Maria Antonieta Matos
Maria Antonieta Rosado Mira Valentim de Matos - MARIA ANTONIETA MATOS, nasceu em 1949 em Terena, Concelho de Alandroal e reside em Évora, Alentejo, Portugal
CICLO DO SAL
Águas salinas do mar
Bombeadas pelo vento
Que salpica a brisa no ar
Nas hélices do cata-vento
Correm por grandes canais
Com murmúrios musicais
Decantadores as abraçam
E as purificam demais
Cresce a salinidade
Em grau muito elevado
Deleitam-se em cristalizadores
Um processo adequado
Da elevada a temperatura
As águas vão evaporando
Deixam ficar os cristais
Colossais, iluminando
Formam-se lâminas de sal
De brancura irradiante
Extraídas por grandes máquinas
Numa labuta constante
Para eliminar impurezas
Existem grandes lavadores
Beneficia a beleza
E é referência nos sabores
No aterro em grandes “serrotes”
O sal fica depositado
Dali vai para a indústria
Para ser refinado
O esforço físico do homem
Necessários em cada processo
Que ao frio e ao calor
Caminham para o sucesso
Fornos de alta de temperatura
Sugam toda a humidade
O sal que tempera e cura
E quando é demais, dá secura
No caso do sal refinado
Que é moído e peneirado
O prato sai melhorado
Com o tempero desejado
O produto é seleccionado
E sujeito a uma análise
Depois é empacotado
E passa à próxima fase
O controlo é essencial
A embalagem e o peso
Este produto mineral
Deixa saudades ao obeso
Procede o enfardamento
Segue depois para o mercado
E espera pelo momento
De temperar o cozinhado
Não exagere no condimento
Pode levantar a tensão
E causar um enfartamento
Atenção ao coração!
Sal de grande variedade
Tempero da natureza
Sobressai a qualidade
Grosso ou em flor, que pureza!
O cheirinho a perfumar
O gosto a saborear
O sentido a navegar
O olho a está a mirar
O prato que vou pegar
Maria Antonieta Matos 12.08.2012