António Patrício Pereira

Jornalista

1963-10-20 Óbidos
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Refúgio

Envelhecem-me os pulsos
todas as noites…
por desespero
seguro a vida que apodrece
nas horas rezadas
a um qualquer Deus
que vai revelando não ser o meu.

Na branda cadência das palavras adormeço
debruçado no muro da memória;
Estilhaços de sangue vão povoando
fantasmagóricos
o grito estrangulado que comigo trago.

Só o calor do teu corpo… terra arada;
E refúgio final das minhas tempestades.

António P. Pereira

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