Frederico de Castro
Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Por onde caminho
Por onde caminho pavimento o meu silêncio escondido
No mais recôndito murmúrio, indecifrável e encapotado
Vela a mais sincera escuridão que pulsa entre afagos superdotados
Por onde caminho, flutua o tempo amarrotado por uma hora inaudível
Deixa enfatiotado o silêncio que álgido dormita ao colo de um breu sensível
Degusta os mais belos destroços de uma fluorescência pousada numa prece aprazível
Por onde caminho o dia serena aconchegado às alamedas da saudade maquiavélica
Brilha no meio de tantos sóis flamejando em euforia parcimoniosa e tão psicodélica
Arrastando uma labareda de versos incendiados pela emoção mais ígnea e quase profética
Frederico de Castro