Soneto da Metanoia

Desde o nascimento, teu destino é ser herói

Cair e levantar, paladino que destrói e reconstrói

Por mais que possas ser negligente ou indolente

Com o vulgo só te podes confundir erroneamente

 

És filho de Rei, sabes que não pertences à plebe

Mas quem és tu? Será que tu mesmo te percebes?

Vitorioso e ingrato, numa singela barca saíste de Creta

Aquele que a Atenas chega, chega de forma discreta?

 

Acaso abandonas tua essência pela matéria que te compõe?

No labirinto no qual te encontras, quais as tuas aspirações?

Com Dante, vistes Dionísio e Alexandre no Rio de Sangue

 

Transforma-te ao longo, mas lembra que a vida é bumerangue

Quais memórias e valores o teu fio de Ariadne pressupõe?

Tua vida é eterno duelo no qual vícios e virtudes se contrapõem.
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