MARIA DE FATIMA FERREIRA RODRIGUES

MARIA DE FATIMA FERREIRA RODRIGUES

Sou um ser humano em constante construção. Me sinto parte da natureza e a ela vinculada no sentido material e imaterial. Gosto de lidar com as palavras construindo e desconstruindo castelos. Portanto, escrevo como um exercício de compreensão de mim e do mundo.

1957-12-21 Farias Brito - Ceará
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À mãe nossa de cada dia

A mulher segue na multidão
Reza no escuro da noite e explode na claridade do dia
Se indaga é se aflige
Segue encorajada, empoderada 

Uma criança chora
Deseja a mãe para si
Ri e chora
Em contrição segue 

O brinquedo larga
Chorar é vazão
A criança quer a mãe
Só a mãe lhe basta! 

E se a mãe não voltar?
Lhe tiram o chão
Pensar é o agora
Então volta ao chão 

Cadê a mãe?
A mãe é o vazio?
Quer abraçá-la
Estará no trabalho?
Porque razão ? 

A noite dorme!
O homem chora
A mulher chora
A criança chora
Idosos choram 

Cadê a mãe?
 
Mãe é aconchego
Mãe é desassossego
Mãe é apego
Mãe é peito que acolhe 

Mãe é ar que sufoca
É ausência que liberta
É passaporte para si e para o outro de si
A sua mãe é memória na ausência. 


A mulher segue na multidão
A mulher se encontra em si mesma
A mãe é o que quiser
Ser mãe é transcender 

Fátima Rodrigues 

Expedicionários, João Pessoa, Paraiba, Brasil , em 14 de maio de 2023.
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