DESTINO


Cativo como um onívoro faminto,
Descarregando a fome pelos olhos,
Observando o que eu já não sinto:
Esse sorriso - eu sigo à meus antolhos.

Tento lamber os meus próprios piolhos
Pra expressar-me um pouco de carinho.
Mesmo trancado em tantos ferrolhos
O mal jamais me deixará sozinho...
 
Assim figura o meu destino inccerto,
Perdido, como um trivial inseto
Se rastejando à procurar a luz.

E toda vez que m'encontrar mais perto
Do brilho que ofusca - '' o céu aberto'' -
Inda mais perto eu estarei da cruz.

Itamar FS

 
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