PÉTALAS MORTAS

Contorcem num abraço frio essas pétalas
Tristes, sozinhas, e afogadas sem razão
Num jarro fútil, símile ao amor na solidão
Que jaz à amar, sozinho, tísicas sépalas.

Essas rosas que, antes vivas, decoravam
O jardim das fantasias dos poetas...
Hoje ornam as saudades mais profetas;
Aquelas que os olhos postulavam...

Agora, fenecendo-as, vão as horas;
Assim como fenecem a um sonhador,
Quando este é condenado a não dormir...

No esquálido estalado dessas rosas
A vida se resume  e,  nesse odor,
Um dia tudo que floresce há de sumir...

Itamar FS

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